Jean Nicolau | Nova lei preocupa empresários, e “dono” de Valdivia teme perder R$ 8 milhões
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Nova lei preocupa empresários, e “dono” de Valdivia teme perder R$ 8 milhões

Nova lei preocupa empresários, e “dono” de Valdivia teme perder R$ 8 milhões

Fifa proíbe, desde o dia 1 de maio, que investidores participem da compra de jogadores por clubes. Dirigentes veem lado positivo e negativo da medida.

A nova lei da Fifa que proíbe os clubes de usarem investidores na contratação de jogadores tem deixado empresários preocupados e divide a opinião de dirigentes. Osório Henrique Furlan Junior, por exemplo, é um dos integrantes da chamada “terceira parte” que teme ficar no prejuízo. Dono de 36% dos direitos de Valdivia, do Palmeiras, cujo contrato termina no dia 16 de agosto, ele acredita que pode perder os 2,2 milhões de euros, quase R$ 8 milhões, que investiu em 2009 no Mago.

– Várias cláusulas do contrato que dizem que eu teria de, no mínimo, participar de reuniões e negociações em renovações. Agora, o Palmeiras tem que me dar satisfação. O contrato está bem claro, de que eu teria de participar em tudo, e eu não participei em nada – disse Osório em entrevista ao “SporTV News”.

Desde o dia 1 de maio, a Fifa proibe os clubes de usarem investidores na contratação de jogadores. A medida serve para os contratos firmados a partir desta data. Os acordos anteriores serão cumpridos, desde que registrados pelas federações esportivas.

As novas transações já serão afetadas na janela de transferências que começa neste mês de junho e se estende até agosto. Obrigados a se adaptar à regra, os clubes veem um lado positivo e outro negativo. O gerente de futebol do Corinthians, Edu Gaspar, defende que o lucro dos clubes com a venda de atletas será maior.

– Os direitos econômicos eram divididos em muitas partes e muitas vezes não se via vantagem em o clube vender seus jogadores. Porque se diluía todo o lucro. Agora vai ficar praticamente 100% com o clube se se tem a possibilidade de se angariar mais valores econômicos no mercado envolvidos nos atletas.

Já o diretor de futebol do Flamengo, Rodrigo Caetano, crê que a nova lei deixa o clube com menor capacidade de conseguir investimentos para a contratação de jogadores.

– O clube deixa de ter a capacidade de captar no mercado novos investimentos por conta de que um de seus maiores ativos era o direito econômico de seus atletas que poderiam ser comercializados.

Outro caso que ganhou repercussão com a nova medida da Fifa foi o de Centurión. O empresário Vinicius Pinotti, hoje diretor de marketing do São Paulo, emprestou quase R$ 13 milhões ao clube no início do ano para a compra do jogador sem participar dos direitos econômicos do atleta. Pinotti, no entanto, garante que não participará da venda do argentino.

– Eu não tenho nada a ver com o Centurión. Qualquer lucro é do clube. O São Paulo começa a me pagar em janeiro de 2016 e a minha única exigência foi que findasse coincidindo com o fim da gestão do Aidar.

O advogado especialista em direito esportivo Jean Nicolau, explica que a medida da Fifa em proibir a presença de investidores ajuda a combater crimes financeiros no futebol.

– Existia a preocupação de se dar mais transparência ao futebol em âmbito internacional. Suprimir os direitos econômicos não deixa de ser uma forma de se combater a lavagem de dinheiro no futebol.

O empresário Wagner Ribeiro explicou que a nova lei deixou investidores com o “pé atrás”.

– Eles começaram a correr atrás antes da lei entrar em vigor e fecharam o máximo que puderam com os jogadores que tinham nos clubes. A partir do momento em que ele for vendido, essa obrigação do clube ainda é mantida. Fonte: Anera SporTV