02 abr Conmebol só processa uruguaio que ofendeu Elias se o caso estiver na súmula
O presidente do Tribunal de Disciplina da Conmebol, o brasileiro Caio César Vieira Rocha, disse nesta quinta-feira que há duas maneiras de se enquadrar e punir o zagueiro Cristian González, do Danúbio, por ter chamado Elias, do Corinthians, de “macaco”. Em conversa via celular com o Blog do Boleiro, ele explicou: “O processo disciplinar pode ser instaurado se o árbitro fizer constar na súmula ou se o atleta ou clube apresentar uma reclamação formal. A partir daí seria iniciado um procedimento e, se houver provas de que houve ofensa racial, o atleta pode ser punido”.
O Dr. Caio confirmou que imagens da televisão poderão ser utilizadas como prova. Embora os dirigentes corintianos tenham dito que não vão denunciar González, eles ainda poderão fazer isso caso o juiz Diego Haro detalhar o caso no relatório do jogo.
A pena prevista para o caso é de, no mínimo, cinco jogos de suspensão para o atleta que cometeu a ofensa. Segundo o advogado Jean Nicolau, autor do livro “Comentários do Novo Código De Disciplina da Conmebol?” (2014), o zagueiro uruguaio de 18 anos pode ser enquadrado no artigo 12, que trata de ação discriminatória. “Ele pode até pegar mais jogos, mas a princípio, cinco partidas de suspensão deverá ser a sentença”, disse.
Já o Dr. Caio lembrou que ele deverá ficar de fora do julgamento por ser brasileiro e o caso envolver o Corinthians, clube do Brasil. O mesmo vale para o vice-presidente do TDC, o uruguaio Adrian Leiza.
Assim, o caso poderá acabar nas mãos do boliviano Alberto Lozada Añez, o mesmo que puniu o atacante Paolo Guerrero com três partidas de suspensão por ele ter acertado um tapa num jogador do Once Caldas, no primeiro confronto da pré-Libertadores. Na época, o Corinthians achou a pena muito rigorosa.
O entrevero verbal entre Gonzalez e Elias aconteceu no primeiro tempo do jogo entre as duas equipes, disputado no Itaquerão na noite da quarta-feira. Elias cobrou na hora a atitude do jovem jogador que repetiu mais de uma vez a palavra “macaco”. No final da partida, o atleta brasileiro decidiu não prestar queixa na polícia por “prática de racismo”. O Corinthians solicitou ao árbitro peruano Diego Haro que relatasse o fato e a denúncia na súmula.
Nesta quinta-feira, início do feriado de Páscoa no Paraguai, a Conmebol esteve fechada e só deve abrir na próxima segunda-feira. A partir deste dia, o caso poderá andar.
Fonte: Blog do Boleiro – Uol Esporte